domingo, 28 de agosto de 2011

O interior não me cabe...

ADONIS

Aqui estou - 
escapando-me ao meu antepassado
como o perfume de uma rosa murcha,
eu assumo-me , eu multiplico-me,
como a abelha fabrico os meus favos,
e de súbito, mal é uma ferida,
a vida arrefece,
já só vejo máquinas,
rodando, empurrando-se nas campinas
de respirações humanas
e não há dia nem noite,
só uma correia contínua
de depenados instantes,


o exterior não é o meu lar,
o interior é-me apertado,
perfume de uma rosa murcha,
eu escapo-me ao antepassado,
eu não quero nomear
eu quero o seu homónimo da luz
eu não me quero ligar
eu quero o seu sinónimo do vento
(Adonis)


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